A “depressão” é uma doença muito temida pelo seu alto índice de ocorrência, por ser uma doença silenciosa e por seus sintomas estarem intimamente ligados a um desligamento da vida e ao desejo de morrer – ambos desejos inconscientes (sem o doente perceber ou ter consciência do mesmo).
Os sintomas mais típicos são: insônia ou sono em excesso, isolamento, tristeza profunda, perda da autoestima e do sentido da vida, pensamentos suicida, desânimo, sentimento de um abismo infinito, extinção do desejo, diminuição ou aumento do apetite, diminuição da energia, fadiga, perda ou diminuição da concentração e da capacidade de tomar decisões.
O que é a causa da DEPRESSÃO? Alguns estudos apontam que ela é causada por fatores genéticos ou hereditários. Outros apontam causas biológicas - como a falta de substâncias químicas no organismo ou falhas nos neurotransmissores. Ainda há outros estudos, que apontam para as origens psíquicas da depressão, principalmente as PERDAS e TRAUMAS vividos ao longo da vida, que não foram possíveis de serem elaborados, digeridos e superados.
Essas PERDAS podem ser: a morte de um cachorro, uma separação conjugal, questões financeiras, a morte de um familiar ou amigo querido, a perda de contato com alguém que era muito importante para o doente, a perda de um emprego ou posição social, etc. O mais importante não é pensar, “O que, ou a quem perdemos? Mas sim, “O que aquela pessoa (ou aquilo) representava para mim e foi perdido... Representava: O amor? O cuidado? A confiança? A proteção? O amparo? A felicidade?
Diante disso, vale a seguinte reflexão: O que eu preciso fazer para superar a depressão ou para auxiliar alguém a superá-la?
Primeiro passo: buscar uma ajuda médica - psiquiátrica, pois somente este profissional é habilitado a dizer se tal paciente precisa ou não de um tratamento com medicação.
Segundo passo: procurar por um psicólogo da sua confiança para um tratamento psicológico ou psicanalítico. Isso porque, em alguns casos, somente o tratamento medicamentoso não propiciará ao paciente a cura da depressão, cabendo à psicoterapia e ao psicoterapeuta, oferecer o acolhimento, escuta e auxílios necessários para a superação das perdas e traumas sofridos ao decorrer da vida.
Terceiro passo: toda a família deve estar engajada na recuperação do doente. Nesse momento, criticas ao doente não ajudarão, pois o mesmo já está sentindo-se a pior pessoa do mundo. Ele (a) precisa que a família: o acolha, ampare, ouça, valorize, ame, cuide, proteja e tenha paciência. Todas essas ações o ajudarão a sair de tal condição de DESAMPARO.
Há ainda, outra dimensão pouco abordada por profissionais, que é a espiritual. Para aqueles que acreditam em Deus ou seguem alguma religião, ou ainda, exercem alguma prática espiritual, é importante durante este momento de angústia e dor, buscar uma ajuda também nesta área. Isso, devido a essas práticas geralmente oferecerem amparo para a superação das situações difíceis da vida, das perdas e dos traumas.
Vale ressaltar, que nenhum ser humano está imune a tal doença. Por isso, a melhor maneira de prevenção contra a depressão é não deixar “mal resolvido” situações traumáticas vividas no passado, buscar sempre perdoar e se libertar de mágoas e ressentimentos, assim como, procurar viver com alegria e prazer, além de podermos procurar uma análise pessoal ou psicoterapia de forma preventiva – visando o autoconhecimento e a elaboração de traumas e situações difíceis vividas no dia a dia.
Escrito por: André Luiz Gonçalves da Silva. Psicólogo Clínico. CRP 06/112291. Especialista em Psicoterapia Breve Psicanalítica e Mestre em Psicologia Clínica - Psicanálise, pela PUC/ SP.
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