sábado, 1 de julho de 2017

Enfrentando as dificuldades do CASAMENTO (Parte 1)



Escrito por: 
André Luiz Gonçalves da Silva 
Psicólogo Clínico.
 CRP 06/112291. 
Mestre em Psicologia Clínica 
ARARAQUARA - SP 
Tel.: 16-98156-6087  




              Às vezes, só refletimos a respeito do nosso casamento quando as dificuldades se tornaram tão grandes, que começaram a nos impedir de sermos felizes. Este artigo pretende ajudar você que está casado a refletir sobre como está a saúde do seu relacionamento. Será que você tem um casamento saudável ou doentio?
          Comecemos refletindo sobre quais motivos unem você ao seu marido ou esposa; você já pensou sobre isto? Eles podem ser muitos e diferenciados: afinidades, identificações, complementaridade, amizade, companheirismo, amor, objetivos iguais, fé, dinheiro, respeito, desejo pessoal ou familiar, etc.. Como podemos perceber, não existe um único motivo que une duas ou mais pessoas, o mais importante é que eles sejam de fato significativos e capazes de sustentar a relação por longos anos ou por toda a vida.
           Em alguns casos, os mesmos motivos que fizeram uma pessoa se unir a outra, podem fazer uma pessoa querer se separar da outra. Como exemplo, podemos pensar numa pessoa “mais desorganizada” que se sente atraída por uma pessoa “muito organizada”, ou vice versa. Num relacionamento a organização de um e a desorganização do outro pode até ser positiva para ambos, na medida que um ajuda a equilibrar o outro. Porém, se este equilíbrio não ocorrer, o que era atrativo pode se tornar repulsivo; se antes a organização ou desorganização do outro atraia, ela pode passar a ser o maior motivo para não queremos mais viver com tal pessoa. Por isso, o motivo ou o que nos leva a estar com o outro é tão relevante.
A ESCOLHA está intimamente ligada às motivações. Uma escolha de parceiro (a) mal feita, pode nos levar a anos ou a uma vida de sofrimento. Se questione nesse momento: quais eram as características que seu marido ou esposa possuíam que te atraíram até ele ou ela? Como tudo começou?  Será que ouve uma escolha consciente? Será que vocês realmente são compatíveis um com o outro? O que seu marido ou esposa representa para você?  Talvez esses questionamentos te ajudem a refletir sobre o quanto o seu relacionamento pode te fazer feliz ou o quanto ele está fadado ao insucesso.
            Vale ressaltar que para permanecermos casados, mitos precisam ser vencidos. Um deles é a ilusão do casamento perfeito, é pensarmos que somos perfeitos ou que iremos encontrar alguém perfeito. Na verdade, todos somos imperfeitos e temos inúmeros defeitos. Não é por isso que devemos desistir de nós ou do outro. Tudo a seu tempo pode ser transformado, desde que as pessoas estejam dispostas a isso, e que ambos sirvam de suporte para que as mudanças aconteçam.
Outro ponto é que nós projetamos no outro todos os nossos desejos, anseios e fantasias em relação ao casamento. Muitas vezes isso nos deixa frustrados, pois nem sempre o outro vai corresponder às nossas projeções. Além de que, elas nos impedem de enxergarmos verdadeiramente o outro, como ele realmente é.
Precisamos aprender a conviver com o outro real. Não adiante negar o que o outro é ou faz, negar seu mau humor, ou sua preguiça quando chega do trabalho, ou ainda, sua falta de respeito. Nesses e em outros casos, a melhor coisa a se fazer é encarar a realidade, dialogar de forma racional e harmoniosa, na tentativa de por fim àquilo que atrapalha e impede a felicidade do casal.
            Outro ponto importante para o casal enfrentar, consiste no fato de que, as mentiras precisam deixar de existir, pois elas favorecem a perda de confiança. Por outro lado, não podemos ficar olhando para os erros cometidos pelo outro no passado, e ficarmos remoendo-os. Isso só favorece um desgaste ainda maior do relacionamento.
Se você realmente deseja encontrar a felicidade no seu casamento, o melhor a fazer é perdoar os erros do passado, é superá-los. Vale lembrar que errar é uma ação naturalmente humana e que ficar apontando toda hora o erro do outro só vai piorar a situação; o melhor a se fazer é ajuda-lo com amor e paciência, a superar seus erros.
Também, não devemos olhar somente para os defeitos do outro, precisamos aprender a enxergar as suas qualidades. Precisamos elogiar e valorizar seus pontos positivos. Todos nós somos carentes e gostamos de ser elogiados e reconhecidos. É importantíssimo entendermos que nosso cônjuge faz as coisas por amor, não por obrigação! Nesse sentido, agradecer e reconhecer tudo o que o outro faz de bom para nós vai nos ajudar a termos uma relação mais saudável, feliz e duradoura.
Amar é doar-se ao outro, não é somente querer que o outro se doe a você. Querer um escravo em casa – seja trabalhando para você, seja afetivo ou sexual não é amor. Muitas vezes agimos egoisticamente!  Não podemos ficar somente querendo receber carinho e atenção do outro, sem em contrapartida darmos atenção e carinho. Lembremos que uma relação é feita de amor e  trocas. Se as ações não ocorrem de ambos os lados, em algum momento alguém se cansará.

         Para finalizar esta primeira parte do artigo “Enfrentando as dificuldades do CASAMENTO”, quero salientar, que devemos tomar muito cuidado com as comparações, pois cada pessoa é única. Não podemos querer que nosso marido ou esposa sejam iguais àqueles galãs ou àquelas musas das novelas ou programas de TV, pois eles nunca serão. Essas pessoas citadas são produtos ideais - irreais. Também devemos tomar cuidado com nossas insatisfações, pois sempre temos a tendência de acharmos que a “grama do vizinho é mais verde e bonita que a nossa”. 

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Escrito por:  André Luiz Gonçalves da  Silva   Psicólogo Clínico.   CRP 06/112291.  Mestre em Psicologia Clínica  ARARAQUAR...